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Controlo em tempos de crise psicológica

Blog escrito pelos psicólogos da Psinove. Exploramos temas relacionados com a psicologia e psicoterapia, desafios e reflexões do dia-a-dia.

Controlo em tempos de crise psicológica

A homeostase é o resultado do conjunto de processos que o corpo realiza para atingir a sua estabilidade e equilíbrio, possibilitando, em consequência, que este realize as suas funções adequadamente para o melhor funcionamento do indivíduo. Significa isto que o nosso corpo possui mecanismos para se equilibrar, saibamos nós ouvi-los e realizá-los de forma eficiente.

Da mesma forma, a nossa mente usa os seus recursos psicológicos como as sensações, emoções e pensamentos para nos dar conhecimento do nosso estado actual, a cada momento. Se soubermos ouvir e respeitar a nossa vida psicológica, teremos maior bem-estar e um melhor funcionamento interno. Se não estivermos atentos a estes sinais, teremos mais dificuldades psicológicas e menos bem-estar. Significa isto que a cada momento, com o que nos rodeia, devemos perceber como nos sentimos, o significado das nossas emoções e o porquê dos nossos pensamentos e aceitá-los, levando-nos a tomar melhores decisões para o que fazer a seguir no sentido da homeostase psicológica: o bem-estar.

No entanto, em momentos de crise psicológica – situações com muitas variáveis a mudar, que implicam processos de adaptação rápidos e onde nem tudo ocorre como planeado, como este que vivemos agora - os nossos sistemas psicológicos funcionam em alerta. É assim com o desconhecido. É uma sensação automática de busca por pontos fixos de conhecimento que nos ajudem a voltar ao equilíbrio. Ver todas as notícias, estar sempre nas redes sociais, ligar a toda a gente. Estes são exemplos desses pontos de controlo que realizamos várias vezes ao dia, nem todos de forma saudável.

Quando falamos desta procura falamos da necessidade psicológica de controlo, inerente ao Ser Humano e que nos acompanha sempre com grande impacto em nós. Representa a capacidade de influenciar o meio e de criar objectivos e o caminho necessário para os cumprir. O desconhecido parece ser sempre um inimigo natural deste controlo, pois apresenta possibilidades que não conseguimos antecipar nem utilizar para o caminho. Ficamos à deriva e procuramos activamente controlo. Nos outros, criando mais conflitos, ou no nosso meio, limpando a casa todos os dias, mudando divisões da casa, re-arrumando as gavetas e pintando paredes. São actividades que nos acalmam pela necessidade de controlo associado a elas e que resultam mesmo por uns momentos! Depois, precisamos de mais e assim continua.

Mas, é possível viver com o desconhecido!

Nós controlamos muito menos do que somos, por nós próprios, levados a pensar. Um primeiro passo, é aceitar isto. Não posso, nem devo querer, controlar tudo o que me rodeia. As coisas devem ocorrer de forma natural para serem mais saudáveis e, assim, eu conseguirei perceber os sinais que me indicam onde devo exercer controlo, na maioria das vezes de forma automática.

Depois, são as emoções que nos dão informação sobre as nossas necessidades psicológicas, pelo que devem ser ouvidas e promovidas na sua voz. É natural ter medo do desconhecido e se o ouvirmos, ele ajuda-nos a estar preparados. É natural ficar triste por estarmos isolados da nossa família e se a ouvirmos, ela ajuda-nos a compreender melhor e a fazer o luto necessário. É natural sentir raiva do que vai acontecendo que não se controla e se a ouvirmos, ela ajuda-nos a agir ao invés de se acumular de forma não saudável e de nos tornar violentos e agressivos. Esta é a forma de usar as nossas emoções a nosso favor, realizando os passos psicológicos para as respeitar, aumentando o nosso bem-estar.

Se conseguir, de forma consciente, potenciar estes eventos psicológicos, estará a exercer um bom controlo sobre si e sobre a sua experiência psicológica, ao invés de usar esse controlo para criar momentos pouco saudáveis e que não irão contribuir para o seu bem-estar geral.


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