Depressão

O que é?

A Depressão é uma Perturbação do Humor caracterizada por uma tristeza desadaptada, intensa, prolongada e perturbadora, ausência de prazer e interesse, pessimismo, isolamento, ruminação, falta de energia, insónia ou irritabilidade que podem escalar até doenças psicossomáticas, sintomas psicóticos e impulsos suicidas podendo ter a duração de semanas, meses ou anos.

 

Que tipos existem?

Depressão Major

Estado de humor depressivo ou perda de interesse ou prazer, durante o mínimo de duas semanas, acompanhado por 5 ou mais dos seguintes sintomas (DSM V, 2013):

  • - Humor depressivo na maior parte do dia, quase todos os dias, observado pelo próprio (ex.: sentir-se triste, vazio ou sem esperança) ou pelos outros (ex.: nota-lo choroso);
  • - Diminuição do interesse ou prazer na maior parte das atividades, na maior partes dos dias;
  • - Diminuição ou aumento de peso ou apetite, sem estar em dieta alimentar;
  • - Insónia ou hipersónia quase todos os dias (dificuldade em adormecer e/ou acordar com frequência a meio da noite, ou períodos de sono muito longos);
  • - Agitação ou lentificação psicomotora, quase todos os dias;
  • - Fadiga ou perda de energia, quase todos os dias;
  • - Sentimentos de inutilidade ou de culpa excessiva ou inapropriada, quase todos os dias;
  • - Dificuldade de concentração;
  • - Pensamentos recorrentes sobre a morte, ideação suicida recorrente sem um plano específico ou tentativa de suicídio ou um plano específico para cometer suicídio.

Distimia

Estado de humor depressivo (com menos sintomas que a Depressão Major) na maior parte do dia, que persiste pelo menos dois anos, acompanhado de 2 ou mais dos seguintes sintomas:

  • - Diminuição ou aumento do apetite;
  • - Insónia ou hipersónia
  • - Baixa energia ou fadiga;
  • - Baixa autoestima;
  • - Dificuldade de concentração ou em tomar decisões;
  • - Sentimentos de desesperança.

Tipicamente inicia-se durante a adolescência e tem um percurso discreto durante muitos anos ou décadas. A distimia pode ser acompanhada de forma irregular por episódios de depressão major

 

Pode estar associada a outras perturbações?

Indivíduos com estados depressivos crónicos, quer seja distimia ou depressão major, têm maior probabilidade de ter perturbações de ansiedade (Ataques de pânico, ansiedade generalizada), perturbação obsessivo-compulsiva, perturbação bipolar, perturbação pós-stress traumático, perturbações alimentares e de autoimagem, abuso de substâncias ou perturbações de personalidade (Bordeline, Evitante, Dependente, Narcísica, Histriónica).

 

Quais as possíveis causas e fatores de risco?

Fatores biológicos

  • 1) Neuroquímica: baixa Dopamina e Serotonina e desregulação na Adrenalina e Noradrenalina.
  • 2) Hormonal: alterações ao nível do Estrogénio (estimula produção da serotonina); Testosterona (líbido, vitalidade física e psicológica); Progesterona (regula estrogénio); Cortisol (ligada ao stress) e Hipotiroidismo (reduzidas T3 e T4).
  • 3) Doenças físicas: Epilepsia; AVC; Doença de Parkinson; Esclerose múltipla; Doença cerebral degenerativa entre outras.
  • 4) Genética: pode explicar até metade da etiologia, mais comum em familiares em primeiro grau de clientes depressivos, bipolares e em gémeos verdadeiros.

Fatores ambientais:

  • 1) Trauma;
  • 2) Abuso físico ou psicológico;
  • 3) Perdas de vários tipos (relacionais, profissionais, etc.);
  • 4) Mudanças repentinas no contexto de vida;
  • 5) Consumo de substâncias;
  • 6) Isolamento social;
  • 7) Contextos familiares disfuncionais.

 

Quem é mais afetado?

A depressão afeta todas as faixas etárias, tendo maior prevalência na idade adulta e sendo mais frequente em mulheres (2 para 1).

Antigamente, a idade média do primeiro episódio depressivo major situava-se entre os 40 e os 50 anos. Hoje em dia, situa-se na faixa dos 20.

Segundo a European Alliance Against Depression (EAAD), Portugal é o país da Europa com maior taxa de depressão e o segundo maior do mundo (1 em cada 4) atrás dos USA.

 

Índice de Mortalidade

Dois terços das pessoas que se suicidam sofrem de depressão na altura da sua morte e Portugal é o terceiro país europeu onde o suicídio mais aumentou nos últimos quinze anos (5 por dia). Vários estudos afirmam que em 2020, a depressão será a 2ª causa de morte logo a seguir às patologias cardíacas.

 

Como pode ajudar a Psicoterapia?

Antes de mais, procurar ajuda não significa que seja fraco ou incapaz. Não tenha vergonha de pedir ajuda. A depressão é um problema internacional de saúde pública que pode matar e quanto mais cedo procurar ajuda, mais fácil será a recuperação.

A Psicoterapia pode ajudar através de um trabalho aprofundado em relação terapêutica, ao nível das emoções, pensamentos e comportamentos, tendo em conta o contexto em que se insere, permitindo assim potenciar a recuperação e a mudança.

Está cientificamente provada a eficácia da psicoterapia (individual, conjugal ou familiar), existindo várias abordagens como a Cognitivo-Comportamental, Terapia Focada nas Emoções, EMDR, Terapia Existencial, Mindfulness, entre outras.

 

Referências

American Psychiatric Association (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5thed): DSM-V. Washington: Author

Coimbra de Matos, A. (2001). A Depressão. Lisboa: Climepsi.

www.eead.net

 

Protocolos Académicos Psinove

Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa
Associação Nacional de Estudantes de Psicologia
Instituto Universitário Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida
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